Moinhos de Entrevinhas e Capela de Nossa Senhora da Lapa
- Vanda Paulino
- 2 de set. de 2021
- 2 min de leitura
Desde que surgiu a pandemia, tem sido grande a busca por locais aprazíveis e bem portugueses para darmos alento aos nossos fins de semana. Se anteriormente nos deliciávamos com as brochuras das agências de viagem, agora encontramos deleite no mapa de Portugal e nos seus recônditos recantos. Foi na tarde do último domingo de Agosto que, em jeito de despedida deste longo mês, acolhemos dois bonitos locais no concelho do Sardoal como roteiro de viagem.
A primeira paragem foi nos Moinhos de Entrevinhas. O espaço, extremamente amplo, além de ter uns moinhos de vento delicadamente recuperados, mesas de refeições envoltas em flores perfumadas e uma vista imensa sobre o vale, ainda tem algo que promove a alegre publicidade de fotos no instagram. O baloiço dos Moinhos. Imponente, encanta pela envergadura e pela paisagem, passível de ser apreciada enquanto se elevam os pés do chão e se sentem borboletas na barriga. Em sentido figurado, embora se avistem imensas borboletas a esvoaçar por ali, de todas as cores e tamanhos. Depois de devolver os pés aos chão e admirar mais uma vez o espaço seguimos até à praia fluvial da Lapa. De areal extenso, arvores frondosas e água límpida é sem dúvida uma das praias fluviais portuguesas onde o prazer de uma tarde em família, o descanso da azafama diária ou o alivio do calor de verão é usufruído de forma recompensadora. Caminhamos pela sombra, ouvindo o som da água da Ribeira de Arcês a correr ao longo do seu curso. Ao longe ouvimos os gritos rejubilantes de crianças a brincar na areia ou a chapinhar na água. Detemo-nos junto à Capela da Nossa Senhora da Lapa, edifício datado do século XVII, erigido numa das margens da ribeira e assente num maciço rochoso, acessível por uma dupla escada, sendo de uma simplicidade extrema. Embora se encontre um pouco deteriorada ainda ostenta uma beleza fora do comum. Atravessamos a ponte de madeira que cruza a outra margem e encontramos uma gruta escavada na rocha, referida como o primeiro local de devoção à Nossa Senhora da Lapa. As ruínas da antiga quinta de Arecez, onde a capela está inserida, foram embebidas pelas árvores e arbustos imiscuindo-se na beleza do local. A barragem, uns metros mais acima não se encontra acessível pelo que regressamos, lentamente, ao longo da margem detendo-nos mais uma vez a contemplar a pequena capela rural. Ao fundo ouve-se música a tocar um pouco alto. À medida que nos aproximamos do areal, vimos jovens a divertirem-se nas margens da ribeira enquanto os mais velhos aproveitam a sombra para dormirem uma sesta. Mais uma vez admiramos o local. Ambas as margens da ribeira são acessíveis por estrada mas ainda não é um daqueles locais demasiado povoado e descaracterizado, muito pelo contrário, o espaço mantém uma beleza aprazível em total harmonia com a natureza envolvente. Seguimos caminho com a certeza de que muito mais existe para usufruir ao longo das margens da Ribeira de Arcês, refúgio de um extenso património histórico e natural.









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