Escolhas
- Vanda Paulino
- 8 de set. de 2021
- 2 min de leitura
Aqui estou eu. Ótima, dois dias depois de levar a segunda dose da vacina Moderna. O nome da mesma que tão bem lhe assenta, por ser tão moderna, na vanguarda da última tecnologia utilizada, também demonstrou a sua potência na primeira dose. Nunca senti nada igual, apenas algo semelhante durante os tratamentos de quimioterapia, em que a violência das dores musculares e articulares atingiram o seu auge, mas a estas dores, mais refinadas juntaram-se picadas em todas as partes do corpo, muitas náuseas e inchaço nas mãos e pernas. Se foi difícil de suportar? Um pouco. Se houve receio? Bastante. Se na primeira dose me senti tão mal e revivi momentos menos bons do passado, porque insistir noutra dose? Será idiotice? Não o sinto. Ouvem-se imensas opiniões sobre esta doença e sobre a sua "cura". Respeito-as. Julgo que todas as pessoas devem ter livre escolha sobre o que fazer com o seu corpo e tomar as decisões em concordância com aquilo que são os seus princípios. Por isso acho que não devemos apontar o dedo a quem não quer ser vacinado, assim como o contrário deve ser recíproco. Eu sou uma daquelas pessoas receosas para deixar a máscara e gosto que me dêem o meu espaço e tempo. Faço o mesmo ao meu próximo. Agora, se tenho dúvidas quanto ao futuro? Muitas. Sei tanto sobre o que esta vacina fará ao meu organismo quanto sabia o que os tratamentos de quimioterapia e de radioterapia lhe fariam e fi-los na mesma. Acredito na ciência e naquilo que ela nos pode proporcionar. Se somos cobaias? Talvez. Ainda assim prefiro arriscar na tentativa do que acertar na dúvida. Quanto às opiniões, julgo que no dia em que pararmos de apontar o dedo às escolhas que as pessoas fazem, em consciência, tornaremos o mundo um local melhor para viver. Sinto que é mesmo muito importante aprender a definição da palavra respeito mútuo, dado que vivemos em comunidade. Tentemos assim, juntos, que esta sociedade que construímos, seja o mais equalitária possível.

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